ATA DA SÉTIMA REUNIÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA COMISSÃO REPRESENTATIVA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 29.01.1998.

 


Aos vinte e nove dias do mês de janeiro do ano de mil novecentos e noventa e oito reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Comissão Representativa da Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e quarenta e cinco minutos foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Carlos Garcia, Fernando Záchia, João Dib, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann e Luiz Braz, Titulares. Ainda, durante a Reunião, compareceram os Vereadores Eliseu Sabino, Titular, e Pedro Américo Leal, Não-Titular. Constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. À MESA foram encaminhados: pelo Vereador Carlos Garcia, 09 Pedidos de Providências. Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 39, 40 e 45, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; 01/98, do Vereador Sérgio Malinoski, Presidente da Câmara Municipal de Gravataí/RS; 01/98, do Vereador João de Deus Serpa de Oliveira, Presidente da Câmara Municipal de Campo Bom/RS; 01/98, do Vereador Adão Cardoso de Vargas, Presidente da Câmara Municipal de Arroio do Sal/RS; 01/98, do Vereador Odiles Inês Tramontini, Presidente da Câmara Municipal de Colorado/RS; 01/98, do Vereador Rafael Luiz Fontana, Presidente da Câmara Municipal de Encantado/RS; 01/98, do Vereador Ivaldino Bonafé, Presidente da Câmara Municipal de Palmitinho/RS; 01/98, do Vereador Romildo dos Santos, Presidente da Câmara Municipal de Cerro Branco/RS; 02/98, do Vereador Carlos Antunes, Presidente da Câmara Municipal de São Jerônimo/RS; 04/98, do Vereador Tancredo Lopes, Presidente da Câmara Municipal de São Lourenço do Sul/RS; 01/98, do Vereador Anildo Carlos Borges, Presidente da Câmara Municipal de Morrinhos do Sul/RS; 132/98, do Senhor Gilberto Mussi, Chefe da Casa Civil Adjunto do Estado/RS; s/nº, do Sindicato dos Professores do Estado/RS - SINPRO; Telegramas: do Senhor Antônio Britto, Governador do Estado/RS; do Deputado Iradir Pietroski, Secretário do Trabalho, Cidadania e Assistência Social do Estado/RS; do Senhor Vicente Bogo, Vice-Governador do Estado/RS; do Senhor José Otávio Germano, Secretário dos Transportes do Estado/RS; do Senhor Porfírio Peixoto, Presidente do Tribunal de Contas do Estado/RS; Cartões: do Senhor Roberto Pandolfo, Diretor Regional/RS da VARIG; da Senhora Janice Mayer Machado, Secretária-Geral de Governo/RS; da Senhora Laís Salengue, Diretora-Superintendente da Fundação de Planejamento Metropolitano e Regional - METROPLAN; do Senhor Caio Repiso Riela, Deputado Estadual/RS; do Presidente e Diretoria da União Gaúcha dos Professores Técnicos do Estado/RS; do Senhor Iese Rego Alves Neves, Diretor-Presidente do Grêmio Beneficente dos Oficiais do Exército - GBOEX - Previdência Privada; do Senhor José Otávio Germano, Secretário dos Transportes do Estado/RS. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Dib discorreu acerca da legislação que estabelece os prazos específicos para o envio de respostas, por parte do Executivo Municipal, aos Pedidos de Informações formulados pelos Senhores Vereadores. Também, ressaltou a obrigação legal que tem a Prefeitura Municipal de comunicar a esta Casa a assinatura de convênios visando o repasse de verbas do Governo Federal para o Município. O Vereador Fernando Záchia teceu considerações acerca da necessidade de uma campanha de reeducação no trânsito para motoristas e pedestres, propugnando pela  maior participação e investimentos por parte do poder público neste processo. O Vereador Carlos Garcia referiu-se à prática, por parte dos postos de combustíveis do litoral gaúcho, de preços maiores do que os observados nos postos da Capital, defendendo a idéia de que os consumidores não devem abastecer naqueles postos, a fim de propiciar a baixa dos preços. Ainda, solicitou providências quanto aos postos de combustíveis "self-service" que continuam em funcionamento, contrariando Projeto de Lei aprovado pela Casa. O Vereador Juarez Pinheiro criticou a medida tomada pelo Grupo Hospitalar Conceição, com base na Lei nº 9528/97, em não permitir o trabalho de médicos aposentados naquela entidade, ressaltando que tal medida implicará o afastamento de duzentos profissionais da área médica, ocasionando prejuízos à população. O Vereador Lauro Hagemann, reportando-se ao discurso do Vereador Fernando Záchia, analisou o comportamento usual dos pedestres face ao novo Código Brasileiro de Trânsito. Ainda, fez referência às matérias que vêm sendo publicadas pelo Jornal Zero Hora sobre o tema e procedeu à leitura de Lei Municipal que dispõe sobre a prioridade dos pedestres em relação aos motoristas, em consonância com a legislação de trânsito ora em vigor. Às dez horas e vinte e dois minutos, constatada a inexistência de "quorum" para ingresso na Ordem do Dia, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Reunião Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Luiz Braz e Juarez Pinheiro e secretariados pelos Vereadores Juarez Pinheiro e Adeli Sell, este como Secretário "ad hoc". Do que eu, Juarez Pinheiro, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. João Dib está com a palavra em tempo de Liderança.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,  a Lei Orgânica do Município, no seu artigo 94, estabelece as atividades que são privativas de S. Exa. o Prefeito Municipal e, dentre as suas responsabilidades e privacidades, está a de responder, no prazo de 30 dias, os Pedidos de Informação da Câmara Municipal;  depois de 30 dias, pode-se solicitar um prazo de mais 15 dias.

No ano que passou houve um problema muito criticado em torno de empresas que faziam análises para a Prefeitura. Eu lembro do livro "Porto Alegre, desafio da mudança",  de Vereadores petistas, dentre eles, o Ver. João Verle e outros  membros da Administração Olívio Dutra, e eu li que contrataram uma consultoria especializada na análise qualitativa e quantitativa das guias de aplicação do ICMS e em planejar um trabalho de otimização da coleta e do preparo desse material. Eu gostaria de saber, na oportunidade, se não teria sido a empresa ou as empresas criticadas violentamente pelo próprio PT que realizaram, para a Prefeitura de Porto Alegre - e contratados pela Prefeitura de Porto Alegre -, este estudo. Hoje faz 129 dias que o Pedido de Informações chegou à Prefeitura Municipal, quando, então, era de responder no prazo de 45 dias; já são 129 dias além dos 45.

Então eu estou querendo, assim, que reabram os trabalhos na sua plenitude, ouvindo a Comissão de Justiça para saber o que se faz. O Prefeito já foi advertido por não cumprir prazos, e este não é o único. Eu tenho outros Pedidos de Informação que também não foram respondidos, e os prazos dos quarenta e cinco dias foram excedidos. É de se declarar que, para esse, de cento e vinte e nove dias, não pediram nem os quinze dias que poderiam ter pedido. Eu hoje estou fazendo um novo Pedido de Informação que, aliás, eu não precisaria ter feito se a Administração cumprisse a lei. Eu sei que a liderança do PT, depois,  virá aqui, professoralmente, melifluamente, dizer que está tudo certo.

Eu leio o Diário Oficial do Município com bastante atenção, porque ele merece a nossa atenção. Ontem fui ler o Diário Oficial para saber se o art. 119 da Lei Orgânica estava  sendo cumprido. Até o dia 28 de cada mês, o balancete do mês anterior deveria ser editado. Não foi. É um descumprimento pequeno, mas é um descumprimento da lei, e lei deve ser clara, precisa, concisa, respeitada.

Eu vejo aqui, num dos Diários Oficiais do Município: processo administrativo que participam o Município de Porto Alegre e a Associação das Entidades Recreativas, Culturais e Carnavalescas de Porto Alegre, do Estado do Rio Grande do Sul, em que a Secretaria de Cultura repassa, para a Associação das Entidades, um milhão, setecentos e trinta e três mil, quinhentos e oitenta e dois reais, para que se faça o desenvolvimento de ações integradas entre o Município de Porto Alegre e a Associação das Entidades Recreativas, Culturais e Carnavalescas de  Porto Alegre, do Estado do Rio Grande do Sul, para administração, execução e comercialização do carnaval de rua de Porto Alegre, em 98, abrangendo todas as manifestações tradicionais.

Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu não precisaria fazer um pedido de informação se a lei fosse cumprida, e o amparo que encontra a Prefeitura para fazer isso é a Lei nº 866, art. 116. Esse artigo é absolutamente claro, quando no seu Parágrafo 2º, estabelece:  "Assinado o convênio, a entidade, ou o órgão reparador, dará ciência do mesmo à câmara municipal respectiva". E esta ciência não foi dada. Mas, eu sei que, melíflua e professoralmente, darão explicações. Saúde e paz. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Fernando Záchia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores.  Nós, há pouco tempo, aprovamos nesta Casa a criação de uma empresa de transportes que adequasse as normas de trânsito de Porto Alegre ao novo Código de Trânsito. Existe uma grande campanha querendo fazer com que haja uma reeducação, tanto por parte dos motoristas como por parte dos pedestres, para que essas pessoas se ajustem às novas normas, às novas regras, a este novo momento. Isso é  extremamente importante, porque nós constatamos diariamente a quantidade de pessoas que perdem as suas vidas por esse descuido ou por essa falta de educação no trânsito.

Então, vejam, Srs. Vereadores, existe, por parte do poder público, da sociedade, da imprensa,  um consenso no sentido de que essa campanha possa esclarecer e conscientizar o cidadão sobre a importância de obedecermos às novas regras. Muito tem-se enfatizado sobre o que acontece em países de primeiro mundo e que, infelizmente, aqui no Brasil,  não temos  educação para isto; como o respeito do cidadão em cruzar as ruas e avenidas somente dentro daquela área delimitada, dentro das faixas de segurança  ou o respeito do motorista ao ver um pedestre cruzar a estrada nessa área demarcada,  devendo parar o seu carro.

 Para surpresa minha, lendo hoje, os jornais de Porto Alegre, constatava que ontem um operário morria atropelado, talvez por não ter atravessado na faixa de segurança. É a questão da educação. As campanhas que estão sendo feitas pelos órgãos de imprensa e pelo Poder Público certamente vão fazer com que haja essa conscientização. É um processo lento, é um processo demorado, mas, aos poucos, havendo a disposição de todos nós da sociedade, certamente vai diminuir o número de acidentes e de vítimas fatais.

Também entendo que o Poder Público tem que investir um pouco mais; ele tem que fazer a sua parte nesse processo, pois constatamos que grande número de faixas de segurança não estão claramente demarcadas para o pedestre e para o motorista. Nós temos que educar as pessoas. Não adianta cobrarmos dos pedestres que eles atravessem nas faixas de segurança, que os motoristas parem quando houver pedestres atravessando nas faixas de segurança, principalmente naquelas em que não existe a sinaleira, se essas faixas não estiverem claramente demarcadas.

Quando eu vinha, há pouco, da minha casa para a Câmara, vi que a faixa de segurança da esquina Augusto de Carvalho com a Loureiro da Silva, a 200, 300 m da Câmara Municipal, no sentido bairro-centro, está muito mal pintada, quase não se pode enxergá-la.

Ora, como é que eu posso querer cobrar  de um simples operário que, indo para a sua casa na noite de ontem, na Av. Sertório, não tenha atravessado na faixa de segurança?

Não estou tendo a irresponsabilidade de dizer que, naquele local, a faixa não estivesse muito bem sinalizada, porque não sei, mas nós constatamos que um grande número de faixas de segurança não estão devidamente pintadas, disso não há a menor dúvida. Eu lia hoje nos jornais, que são aproximadamente 900 as faixas de segurança em Porto Alegre. Ora, alteraram-se as regras; o Município vai ter uma grande arrecadação, pelos altos valores das multas. No meu entendimento, essa fúria  arrecadadora servirá para se fazer uma reeducação ou a educação das pessoas. Nós não vamos educar o cidadão comum simplesmente fazendo com que ele pague elevadas multas de trânsito se nós, o Poder Público, também não participarmos e colaborarmos nesse processo. Faço um apelo para que o Executivo Municipal reveja as condições que existem hoje nas faixas de segurança em Porto Alegre, para que as pessoas possam atravessar as avenidas, andando sobre as faixas de segurança, para que os motoristas, vendo os pedestres atravessarem  nas faixas, parem os seus veículos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Juarez Pinheiro):  O Ver. Carlos Garcia está com a palavra em Comunicação de Líder.

 

O SR. CARLOS GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na semana passada, aqui na tribuna, nós lançamos uma campanha para que as pessoas, que vão ao litoral nos finais de semana,  não abasteçam seus carros nos postos de combustíveis do Litoral. Nós fizemos um levantamento, de Pinhal a Torres, visitando os postos, durante um final de semana, e constatamos que alguns postos chegavam a uma diferença de 27,3% na relação Porto Alegre-Litoral. Já ficamos sabendo que em Pinhal um posto já fez uma redução nos preços, e em Cidreira foi aberto um posto da BR, a 200 metros de outro posto, com uma diferença de R$ 0,10 entre um posto e outro. Insistimos com a população para que continue não abastecendo no Litoral, porque não podemos conceber essas distorções de preços.

A população deve estar lembrada de que há  pouco tempo, cada vez que nos dirigíamos ao Litoral, havia a necessidade de levar rancho de Porto Alegre, porque os preços dos alimentos eram muito altos no Litoral. Hoje isso não ocorre mais.

Ontem tivemos a oportunidade de ter uma reunião com o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis do Rio Grande do Sul. Mantivemos essa reunião com o Sr. Adão Oliveira da Silva, Vice-Presidente da Entidade, que nos relatou essa diferença de preços no Litoral, alegando que grande parte dessa diferença era devido ao frete.

Essa explicação não nos convenceu de que esse frete até lá causasse distorções tão grandes.  Imaginem V. Exas. que um posto médio coloca, em média, mais ou menos, cento e  cinqüenta mil litros. Cento e cinqüenta mil litros a dez centavos, só aí dá quinze mil reais num posto. Isso pela média, se fizermos a distorção de 27% os valores serão altíssimos, já partindo do pressuposto que o valor mínimo já estaria com lucro.

Ficamos sabendo que o preço do combustível  chega ao revendedor num preço de 0,66 centavos. Então, de 0,66 centavos para 0,89 centavos, que foi o preço maior, são valores muito grandes, com uma margem de lucro enorme, que num momento como este não é concebível.

Então, vamos continuar fazendo essa campanha  para que a população nos fins-de-semana, quando sair da Capital, encha os tanques dos seus veículos em Porto Alegre, para que possamos na próxima semana ocupar esse espaço e dizer que mais alguns municípios do nosso litoral baixaram seus preços. Essa vai ser a nossa satisfação.

 Dentro desse assunto de combustíveis e postos de gasolina gostaríamos de fazer mais uma cobrança ao Sr. Prefeito do Município, é relativo ao “self-service”. Os Srs. Vereadores estão lembrados que no ano passado foi apresentado um projeto que foi vetado pelo Sr. Prefeito. Mas nós, os Vereadores, conseguimos derrubar o veto, fazendo com que em nossa Cidade não seja permitido esse serviço, o sistema de auto-serviço nos postos de combustíveis. Já faz um ano e Porto Alegre ainda continua tendo esses postos. Ontem, obtivemos a informação, por parte do próprio Vice-Presidente do Comércio Varejista, não do Sindicato dos Frentistas, porque eles também estão surpresos, inclusive, não consegui entender porque até este momento o Município de Porto Alegre não agiu com maior rigor. Aqui fica o nosso chamamento ao Poder Público para que termine com esse tipo  de serviço em nossa Capital. Muito obrigado.

                              

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra em Comunicação de Líder.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,  solicitei ao Ver. Adeli Sell, Vice-Líder da Bancada do PT, para usar o espaço de Liderança do PT para trazer a esta Casa um fato extremamente grave que está acontecendo e que envolve milhares de trabalhadores na área da saúde, aqui em Porto Alegre e em outras cidades deste País. Todos nós temos a leitura, alguns discordam da interpretação, mas para equilibrar o déficit fiscal o Governo Federal tem tomado medidas visando prejudicar ou retirar recursos da área social,  para cobrir o déficit fiscal decorrente do equilíbrio que tenta fazer entre o real e o dólar.

Ver. Pedro Américo Leal, V.Exa. esteve no Pronto Socorro e me relatou que com trezentos mil reais poderia ser resolvido o problema daquela Casa. Quero concitar V.Exa. que tem demonstrado  ser  extremamente preocupado com as questões da área da saúde, principalmente do Pronto Socorro, defendendo essa instituição. Quero concitar também o Ver. Fernando Záchia que é do mesmo partido do Superintendente do Grupo Hospitalar Conceição. Trago a esta Casa o que vem sendo noticiado pela imprensa escrita, falada e televisionada de forma moderada, de que, aproximadamente, só no Grupo Hospitalar Conceição até segunda-feira, talvez,  venhamos  perder  duzentos médicos, em torno de setecentos a oitocentos auxiliares de enfermagem e um número que não sei precisar ainda de enfermeiros. Tudo isso decorrente de uma Lei absolutamente inconstitucional, que foi promulgada no ano de 1997, que impossibilita, contrariando a CLT e outros dispositivos, que funcionários aposentados permaneçam trabalhando e recebendo a sua aposentadoria pelo tempo de trabalho e a continuidade de seu trabalho nestas instituições.

 Nós sabemos a importância que têm estas duas instituições, o Grupo Hospitalar Conceição e o Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Esta questão tira fora todas as questões de ordem  ideológica, de política partidária,  significa a Cidade perder a sua maior instituição, que atende de forma gratuita, de forma universal toda a população, não só de Porto Alegre, como da grande Porto Alegre, como do Estado do Rio Grande do Sul e como de outros Estados da Região Sul. O Grupo Hospitalar Conceição atende 150 mil consultas ambulatoriais, por mês. Vejam bem os Senhores, 200 médicos, das mais diversas especialidades, quase 700 auxiliares de enfermagem, próximo a este número, e um número que eu não sei precisar ainda de outros profissionais.

A carta foi encaminhada pela Superintendência do Grupo Hospitalar Conceição, que pertence ao Partido do Ver. Fernando Záchia, pelo Diretor Administrativo, que pertence ao PSDB, e pelo Diretor Técnico, que pertence ao PFL.  Vejam bem os Senhores, no dia 14 de janeiro, dando prazo para que até o dia 30 estes profissionais  se decidam por abrir mão de sua aposentadoria ou saírem da Instituição. Por óbvio, estas casas de saúde estão completamente intranqüilas, estas pessoas receberam no dia 15 a determinação para que optassem entre uma coisa e outra com base numa lei absolutamente inconstitucional.

Eu tenho, aqui, em mãos, uma Liminar do Supremo Tribunal Federal que  inquina esta Lei de inconstitucional. Ela fere a CLT e fere outros dispositivos. Mas, independentemente de questões de legalidade, a questão fundamental, Srs. Vereadores, é que no Grupo Hospitalar Conceição vai se perder em torno de 200 médicos. Sabem os Senhores o que seja perder 200 médicos? Quantos usuários têm as suas consultas, suas cirurgias marcadas, para serem efetuadas neste período? E estes médicos, estes profissionais de saúde lá não estarão a partir de segunda-feira. Eu quero aqui fazer um apelo aos Srs. Vereadores, principalmente aos que eu nominei, pela sua vinculação com a área da saúde. Ao Ver. Fernando Záchia, que tem sido um Vereador elogiado pelos funcionários, pelas suas intervenções no Grupo, sempre equilibradas, para que telefone ao Superintendente e peça que esta carta que foi encaminhada  a todos os funcionários, Srs. Vereadores, que seja suspensa. E que, minimamente, se dê um prazo maior para uma avaliação jurídica e para que esses profissionais não venham a pedir demissão e não fiquem completamente impossibilitados de voltar. É uma questão séria, de saúde, é uma questão de segurança dos usuários desta Cidade. É um absurdo encaminhar, no dia 13, uma comunicação de que no dia 31 esses servidores tenham que se retirar. Concito  todos os Vereadores a fazerem contatos com a Direção do Grupo Hospitalar Conceição, minimamente, liminarmente solicitando um prazo para que esses profissionais de saúde possam repensar, para que medidas judiciais possam ser propostas, inclusive a busca da inconstitucionalidade desta Lei Federal. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Lauro Hagemann está com a palavra em Liderança.

 

 

O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a questão do trânsito, e particularmente o interesse dos pedestres, está ocupando o noticiário nestes últimos dias. Ontem, o jornal “Zero Hora” publicou uma extensa e pedagógica matéria sobre o comportamento dos pedestres no novo Código de Trânsito; qual o tipo de relação entre pedestre, Código e a vida.

Eu retomo, por isso, o veio do discurso do Ver. Fernando Záchia, para dizer que ontem enderecei ao meu conterrâneo e responsável pela "Zero Hora", Marcelo Rech, um material, cumprimentando-o e ao Jornal pelas matérias que vêm publicando - e hoje o assunto continua nas páginas do jornal. E dizendo que sem querer reivindicar direito autoral, lembrava a ele que uma Emenda de minha autoria foi aprovada no Sistema Municipal de Trânsito, abordando exatamente essa questão, e transcrevi-a - o texto completo do que foi aprovado. E devo dizer ao Plenário, e a quem nos assiste, que isto hoje é matéria legal, que pode ser acionada qualquer entidade para a cobrança desses dispositivos. Eu relembro, particularmente,  o parágrafo 1º, para fazer justiça ao discurso do Ver. Záchia, do artigo que acrescentei, que foi aprovado na íntegra. O parágrafo 1º diz:  “O poder público municipal, através dos Poderes  Executivo e Legislativo, durante o 1º semestre de 1998, promoverá ampla campanha de esclarecimento e educação, visando à segurança no trânsito e ao respeito ao pedestre, devendo, para isso, convidar e buscar o engajamento de entidades da sociedade civil, de empresários, de trabalhadores, de associações comunitárias, estabelecimentos de ensino, grupos teatrais, meios de comunicação e outros interessados”.

Mais adiante, no parágrafo 3º desse mesmo artigo, consta: “Deverão ter tratamento prioritário e sinalizações especiais: estabelecimentos de ensino de 1º e 2º graus, com padronização que ofereça efetiva segurança aos alunos, escolas ou estabelecimentos que reúnam deficientes, devendo as placas de sinalização especificar o tipo de deficiência, quando for o caso e, ainda, vias que atravessem ou sejam próximas a áreas habitacionais de ocupações espontâneas ou áreas de especial interesse social”.

Há um inciso no parágrafo 2º, que manda prever tempo de travessia e foco de pedestres, indicação luminosa de permissão, impedimento de locomoção, em todos os cruzamentos com fluxos contínuos significativos, nos quais já exista sinalização semafórica para os veículos; colocar placas de sinalização advertindo os motoristas de que nas faixas de segurança, mesmo na troca de semáforo, o pedestre, uma vez iniciada a travessia, tem a preferência.

Todos esses dispositivos visam à preferência do pedestre na questão do trânsito. O novo Código se preocupou muito com a questão dos automóveis, e o pedestre foi relegado a um plano secundário. Estamos retomando a questão do pedestre no Município para dizer que o pedestre, aqui, tem a preferência.

Por essa razão me atrevo a vir à tribuna, não para fazer algum reparo, mas para acrescentar ao que a "Zero Hora" está fazendo e ao que todos os veículos de comunicação devem fazer: uma campanha de esclarecimento ao público para que o pedestre tenha a preferência. Conhecemos a deseducação que grassa entre os pedestres. Estamos verificando isso todos os dias. Essa deseducação deve ser revertida na forma de uma reeducação pedagógica, corretiva, no benefício de todos, inclusive dos que andam de automóvel. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR.  PRESIDENTE:  Solicitamos ao Secretário que faça a chamada nominal dos Srs. Vereadores para a Ordem do Dia. (Após a chamada.)  Não havendo quórum, damos  por encerrada esta Reunião Ordinária da Comissão Representativa.

 

(Encerra-se a Reunião às 12h22min.)

 

* * * * *